quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Os Velhos e a Tropa

Tropa, quer dizer Forças Armadas Portuguesas.
E cada vez me repugna mais dizer ou escrever estas palavras "Forças Armadas Portuguesas" ou a sua sigla "FAP".
Desde a criação de uma lei em Fevereiro de 2002 de uma pensão para antigos combatentes, de que só alguns tiveram conhecimento e de como dela se poderia auferir, até à Lei publicada em 2009, fica demonstrado como os Presidentes da República, que aprovam as leis do País, os governantes que fazem as leis bem como os deputados da Assembleia da República, tratam a "escória" dos militares que em nome da Pátria una e indivisível, foram forçados como presidiários a cumprir pena no degredo em África, desde 1961 a 1974, por períodos de dois anos, uns, pouco menos, outros um pouco mais.
Já somos poucos os sobreviventes desse tempo. Dizem-me que cerca de 300.000. Muitos com diversos problemas de saúde. Mas esperam os nossos queridos governantes que nos despachemos depressa para o outro mundo, pois aqui já andamos a mais.
Bem isto ao caso por mais uma vergonhosa afronta ( como se diz em alguns partidos tipo PCP e satélites, também eles metidos nesta estória ) que esses chamados governantes - Presidente da República, Governo, Deputados - infligiram à atrás dita "escória" negreira de terras de África. Refiro-me à tal pensão generosa, que inicialmente recebiam alguns de nós. Cerca de 120 euros ANUAIS. Com o tempo foi-se actualizando essa esmola. Para alguns, como disse, pois a maior parte perdeu automàticamente esse direito. Ou por desconhecimento da Lei, como terá sido o meu caso, segundo me foi dito, ou por que não sei... Acho que a partir de certa altura deixou de ter validade a Lei.
Não fazendo deste caso, um assunto individual - que o não é pois há camaradas que são tão ignorantes como eu e portanto não recebem esta "misericordiosa" pensão - a nova lei, a tal de 2009, veio pôr os pontos nos iiiisss. Isto é, reveram a lei de 2002, cheia de incongruências, segundo disseram, e toca de "gamar" uns euros, que nalguns casos é superior a 40%. Quer dizer que há pessoal a receber menos de 100 euros ANUAIS.
Se meter os papeis pela terceira vez e me for considerada a esmola, parece que receberei cerca de 130 euros ANUAIS. Não sei se estarei cá se isso acontecer. Mas agora vou mesmo chatear e prometo encher as caixas do correio desses Ministérios e dos Serviços das Forças Armadas e de Ligas militares - mesmo as não controladas governamente - e Segurança Social, enfim tudo que for sítio onde recebam correio electrónico. Vão todos gozar com a pqp. E deixem os "velhos" em paz de uma vez.
Só de passagem: Alguém ouviu ou leu a comunicação social, comentaristas, partidos, referir-se a este tema ?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Confraternização de antigos militares da Guiné

O 5 de Outubro amanheceu triste e chuvoso, como manda o Outono. O Carlos Silva e o Carvalho de Medas organizaram este encontro-confraternização da malta de Gondomar que andou pelas bolanhas da Guiné nos anos 60/70 do século passado. Mas dizer que era só para a malta da Guiné e de Gondomar não seria bem, pois estava aberto a todos os camaradas que aparecessem. De outras guerras e de outros concelhos.
O local foi em Santa Eulália, junto ao Soldado, assim conhecido desde 1971. Lá está o memorial.O pessoal foi chegando, demos um abraço a quem há muito tempo não víamos,
mas também ficamos a conhecer novos camaradas.
Alguns até vizinhos, que nem sabíamos que andaram quási pelo nosso sítio,
lá em terras Guineenses.
O Carlos deixou umas palavras, que ouvimos sentidos,
relembrando quem por lá ficou.
São sempre momentos que marcam a rapaziada,
embora tenham passado já dezenas de anos.
Os "velhinhos" das bolanhas, que nos representaram a todos. Bom, mas a vida e o dia têm de continuar.
O Carvalho espera-nos em Medas, a sua terra.
Azimutado o caminho,
temo-nos de reunir junto à Foz do Sousa para sair em "coluna".
Aproveito para deitar um olhar ao rio Douro e ao seu afluente Sousa,

que aqui deposita as suas águas.
E à gente que trabalha no seu quinteiro,
não querendo saber do feriado para nada.

Enquanto esperamos uns pelos outros, dois dedos de conversa.
O tenor Carlos Costa, prisioneiro na Índia e o Carmelita, vão palavreando. Lá ao fundo, o Soares e o Barbosa destacam-se...
Entrando na ruralidade de Medas.
Os frutos da terra já estão apanhados e guardados.
Cá estamos nós à espera da promessa do Carvalho.
Uma churrascada de Porco. Venha ele.

Lindo naquela brasa. Mas há que esperar um pouco mais.
Ainda não está no ponto.
Chegou a hora. Vamos a ele pessoal.
E o Carvalho dá o exemplo.
O bicho vai ficando dizimado, e há quem aprecie a arte do "desmancho"
Entretanto o pessoal lá vai tagarelando.
Mas em simultâneo mete uma bucha e bebe mais um copo.

E o bichinho lá se vai sumindo...
A chuva quis estragar a festa, mas o pessoal enfiou-se logo no "abrigo".
Mas foi só para brincar com a gente aquele chuvinha de nada. E voltou tudo ao ataque...
...E o inimigo ficou neste estado...

E pronto. Só falta despedirmo-nos até uma nova ocasião. O meu muito obrigado ao Carlos e ao Carvalho por terem proporcionado esta bela confraternização.