terça-feira, 24 de setembro de 2013

Miminhos em Dia de Melros

Quem tem amigos nunca padece na Cadeia.
É velho o ditado mas é sempre bom recordá-lo, até porque nunca se sabe o dia de manhã. 
Vem ele ao caso, porque no passado dia 21, no Dia Especial dos Melros, uns amigos resolveram ofertar-me uns miminhos.

1º Miminho: Neste dia e como manda a tradição, devem-se comer Tripas - ou feijoada tanto faz  - e o Porco de churrasco. A organização desleixou-se e não adiantou relembrar a tradição.
Tentando uma corrupçãozita das pequeninas para evitar barulhos, alembrou-se a dita organização de me ofertar um mini-pratinho de Tripas.
As lembranças sensibilizam-nos mas a corrupçãozita alastra-se e todos querem comer. Ou não estivessemos em Gondomar.
Quando o saco não é rigorosamente dividido, pode advir uma grande desgraça, tipo guerras de feijão, mais comummente chamadas do Gás.   
Pois quando é mais do que um a querer comer do mesmo saco, a guerra vai por aí fora, os vizinhos vão atrás do mesmo e lá vai disto.
Deve ter sido essa a ideia da organização, fazer alastrar uma guerra. Embora tenham dito que foi um miminho, a intenção deve ter sido outra.
Distraindo os conto-dentes com um prato de feijão (com a mentira me enganas embora tivessem sido recolhidas provas substanciais), a verdade é que um princípio de escaramuça séria do tipo Invasão do Iraque - ou da Síria, tanto faz - ia acontecendo ao prato dos ditos.   
Apontam-se culpados, mas não houve nenhum que se acusasse. Nem o JTeix45 - Jotex para alguns - nem o M. Cibrão, nem o Zé Catió, nem o, o, esse... Quando chegou a CNN a escaramuça tinha acabado. 
E tudo por causa do Súcio. Para comer insossegado um prato de feijão que era para ser um miminho tipo corrupção-menor, mais valia a lembrança corruptiva ser distribuída equitativamente por todos os corruptos. Quer dizer, os Melros. 
A tradição mantinha-se, não havia guerra, e todos ficavam satisfeitos. 
Por causa do Fernando Súcio, exactamente, a mediação da paz. E que manteve a segurança em alerta máxima em quanto os feijões eram evacuados a correr. Por isso a CNN levou niqueles da guerra.
Conclusão: Para que a história deste miminho fosse devidamente registada, eu, o invadido e mais o mini-prato de Tripas, pediu aos vizinhos assaltantes que pegassem nas baterias fotográficas para repetir as imagens do assalto e assim todo mundo ficará a saber como foi. Menos a CNN.

Fotos do Presidente Jotex, Súcio, Guimarães e creio que também do Tonho Vilela. Houve mais um ou outro baterista que não conseguiu soltar o som. Os canhões devem ter-se avariado.
Como se verificou posteriormente com provas concludentes, o suborno deveria ter ser distribuído por muitos mais evitando-se assim a Guerra das Tripas, conforme ficou a ser conhecido para a posteridade este miminho.

2º Miminho: O Bateira tem o hábito longínquo de nos trazer uns miminhos. Desta vez foi meia garrafa de sumo de tomate com uma beberagem mixurdada na Madeira a qual serve para enfrascar o Alberto João e que sai botada em discursos soluçáveis sublinhados com acenos de bandeirinhas. Mesmo que não compreendam nada, de Poncha sabem eles, e muito especialmente os de Câmara de Lobos. E de Lapas também, mas isso agora não é para aqui chamado.  
Pois, o Bateira, - o único de Cabelo branco, de Bigode e com óculos do primeiro plano da foto, (não confundir com o Neca Quelhas que já tem óculos para as parecenças e por isso foram camaradas do mesmo pelotão)  mimoseou-me com o frasco de tomate meio de Poncha. Que coloquei ao alcance dos Melros e não só, todos sequiosos.
Mas todos se interrogavam o que era aquilo. Várias sugestões surgiram desde xixi para análise de um moribundo até sopa de dieta. Pois esses Melros e não só, pensavam que me faziam uma grande desfeita bebericando e esgotando o remédio. Ficaram felizes e até diziam com um ar de gozo malandro, que belo uisque... (Carlos Silva, dixit). Neste momento ainda não sei se se encontram todos de boa saúde...Ós pois bê-se...

3º Miminho e o mais miminho de todos.
O querido amigo Avintense Antero Santos, na foto à direita a olhar-me desconfiado por cima do Bombeiro Chefe Martins (outro querido amigo que já deve ser desaprendido de tocar a viola e cantar o fado depois destes meses de trabalho), teve a gentileza de me trazer da sua terra uma das famosas Broas de Avintes, fabricada e cozida à moda antiga.
Acontece que os morcões foram pôr a mão na saquinho e saíram queimados, porque ela - a Broa - ainda vinha quente, parecendo que tinha acabado de sair do forno.
Desiludidos deixaram-me em paz e à broa.
Mas não tive coragem de desaboletar e trazer a dita comigo.
Como alguns ficaram por ali  a deitar conversa fora, e é disso que a rapaziada gosta, mandamos preparar um pratinho de presunto, enfiamos umas biéres e lá foi a broa, devidamente repartida.

Com a ajuda da minha amiga Carminho autora da montagem, deixo uma foto matinal da rapaziada enquanto ía formando. O nosso Ninho já está encartazado. A minha forma de agradecer e retribuir os Miminhos com que me mimaram. E deixar um abraço a todos os camaradas, daqui e d'além mar. Menos ao Valentim. 

Um dia virá a História do Feijão desenvolvida como deve ser pelo escritor de serviço o Zé de Catió.