domingo, 10 de maio de 2009

O Fado


Hoje voltei ao Fado.
Não tenho vergonha de dizer que só comecei a apreciar e a gostar de ouvir o Fado no final dos meus tempos de ex-combatente em África. Acabava de sair o Álbum do Carlos do Carmo, por Morrer uma Andorinha. Antes, era um género musical ao qual não dava apreço. Embora sempre houvessem camaradas lá na terra distante que tinham uma viola ou uma guitarra e me tentavam seduzir para o Fado. Isto foi nos finais dos anos 60.
Do século passado.

Mas foram os finais dos anos 70 que verdadeiramente me levaram às Casas de Fado. Principalmente em Lisboa. Posteriormente, na minha cidade, o Porto, acabei também por ser ouvinte e participante assíduo. Mas o melhor do Fado era depois das casas fecharem. Dividiam-se conversas, ensaiavam-se novos temas, buscavam-se arranjos. Ou então partia-se para um petisco para recompor a noite. Grandes amizades fiz. Algumas já se foram deste mundo. Recordo com especial saudade o Duarte Marceneiro e o Jorge Barradas, dois bons amigos.
Mas adoro o Fado Vadio ou Fado Amador. É cantado por não profissionais em tascas, pequenos restaurantes ou até em clubes ou lugares onde se reúnem, por puro prazer, músicos e intérpretes de vários estilos de Fado. Por vezes a horas já adiantadas da noite.
Há já muito tempo que não faço parte destas tertúlias. Mas aconteceu um dia destes, até por casualidade, ser brindado com uma sessão de Fados Amador. Dois excelentes músicos e um cantor de Fado Humorístico. Entre uns belos arranjos em Variações, uns Fados brejeiros. Fez-me recordar velhos tempos. Tenho de repetir a dose.
Mais uma casualidade. Vim encontrar um ex-camarada das andanças por terras guineenses.

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