domingo, 12 de maio de 2013

58 - Há dias assim, limpinhos, limpinhos

O dia apresentou-se formoso, céu azul limpinho, limpinho, que até dava prazer só de olhar todo aquele azul.
Foi dia de mais um convívio, desta vez dos Melros, na Tabanca do Gil, quer dizer o convívio era da Tabanca dos Melros no Restaurante Choupal dos ditos, do camarada Gil.
Bom, está a ser muita confusão, devem ser efeitos do almoço e de um alentejano que acompanhou um coelho (nada de confusões) à minha moda. Limpinho.
Voltemos a ontem e ao azul do céu limpinho, como acho que já escrevi mas para o caso não interessa nada, enquadrado no alto fazendo pose para o terreiro do Choupal, ainda formado apenas com toalhas verdes e brancas. Uma analogia que não tem nada a ver com outras coisas como o meu querido amigo e camarada Neca Quelhas sabe.     
Uma volta pelo Choupal é um prazer para os sentidos. Que não provêem da cozinha. É a Primavera nas árvores de fruto, nas videiras, nas flores. 
Com a crise a bater à porta, nada como uma foto dos Melros a ver se dá para ganhar algum. Aceitam-se pedidos para as recordações fotográficas. O fotógrafo oficial (eu, pois claro) teve de fazer os 50 metros em 5 segundos para ficar incluído. E logo calhou de ser junto ao Barbosa Grande, o qual nos deu uma acção de Psico benfiquista durante largas horas com o PC ligado com o som inconfundível do Luís Raul Janeiro Caeiro de Aguilar Barbosa Piçarra Valterazzo y Ribadanayra (Moura, 23.06.1918 - Lisboa, 23.09.1999) e as imagens da Casa de Benfica de Bissau. Mas a ele tudo se permite, até porque, segundo o Jornal da Caserna dos Melros, está preparado para ser o special on da Tabanca. E Mai'nada. Tudo limpinho.

Entretanto foram chegando mais Melros, que já encontraram a papinha feita. Ó p'ra eles à direita a meter para a malvada.   
Um calorzinho de 20 graus foi mesmo propício para o aperitivo comido e bebido debaixo da ramada que já começa a mostrar os seus frutos. Ligeiramente atrasados, segundo o Gil, por causa do tempo que tem estado.  
Branco e tinto, cerveja, sumos e água. E recordações dos velhos tempos à mistura em conversas que só a velha guarda, mais conhecida como a Peste Grisalha, é capaz de partilhar.

Umas favas com chouriço, gloriosas, estavam demais. Até o salgadinho dos enchidos estava au point. Parabéns à cozinheira. Não sendo um petisco tradicional nortenho, não sobrou nem uma. Limpinho. O tacho, claro. 
O feijão fradinho, vulgo Vigna unguiculata ou ciclistas na linguagem militar, com o seu molho vinagret, esteve comportado. Uma lembrança dos tempos idos.  

Aspecto de uma das mesas com petisqueiras.

Recortadas no azul do céu, limpinho, e penetrada pelos raios solares, as videiras com os seus frutos miniaturais, mas que daqui a uns meses vão cantar, transformados, nos copos do Choupal.

Final de tarde, começa a debandada, a pensar na noite. O camarada Jorge Peixoto, que se levantou às 5 da manhã da sua tenda no Parque de Campismo das Medas para estar connosco, fazendo um percurso quilométrico, a pé, de se lhe tirar o chapéu, vai regressar ao ninho provisório. O Manel Cibrão faz a gentileza de ajudar o camarada. O presidente bandalho Jorge Teixeira e eu Jorge Teixeira, para os amigos Portojo, estamos com ele, pois claro. Bandalhos são assim mesmo. Nunca ninguém fica para trás (onde é que já li isto ?)
Desfrutamos assim de mais uma passeata por entre a natureza. Tomando ar e sol para descomprimir - a noite vai ser longa, Maria... -.     

O Douro, rio que nos empolga, arrebata, acalma, está presente. E lá vem à memória o Zé Catió que apenas por motivos transcendentais (ah, como o limpinho, limpinho me deixou quási poeta mítico) não nos fez companhia. No meio do grande Rio está um ou uma canoista, (a câmera mesmo com um  zoom máximo não permite distinguir), mas provàvelmente da sua escola. É limpinho...

Lógico que teríamos de matar a sede e passar uns momentos nas calmas. E quem aparece por lá, nada mais nada menos que o Vilaça, um bandalho perdido na floresta, por sinal até tem afinidades militares também com o Manel Cibrão. Tudo limpinho...
O resto do dia 11 não cabe nestes momentos. Mas foi limpinho, limpinho...podem acreditar.

1 comentário:

jteix disse...

São "Coisas da Vida" e... limpinhos, limpinhos ficaram os pratinhos e os copinhos depois de estarem sujinhos, sujinhos com tão deliciosos miminhos.
Para completar o dia foi limpinho, limpinho até à limpeza total, partantes!...
Um abraço... limpinho.
cumprim/jteix